sábado, 17 de dezembro de 2011

Por que ser tão clichê?


Depois de quase um mês sem postar nada (TCC consumindo a maior parte do meu tempo, mas felizmente valeu a pena. Concluído e indicado pelo orientador para premiação!), resolvi vir hoje aqui compartilhar algo que ainda me deixa pasmo com a falta de senso de algumas pessoas.


Sabe aquelas dinâmicas (e painéis, que no fundo são dinâmicas parte 2) que você participa quando concorre em programas de trainee?

A Maior parte delas coloca como tarefa uma apresentação rápida na frente de todos, onde você vai falar das suas experiências e características em alguns minutos. Até ai nada de anormal.

O Problema é que entre falar as características, você também fala de alguns defeitos. Eis que alguns candidatos, achando que é possível dizer no entrelinhas que eles não tem defeitos, vêm e dizem coisas como:

- Ah, meu principal defeito é ser muito perfeccionista sabe... Eu gosto de tudo certinho, bem arrumado, não descanso enquanto tudo não estiver OK.

ou então...

- Eu sou muito auto-crítico, sabe? Me cobro demais, sempre procuro buscar o melhor de mim, bla bla bla whiskas sachê.


WTF!

Era para você falar seus defeitos! Não para fazer malabarismo linguístico e falar de uma suposta qualidade travestida de defeito que você possivelmente viu em algum manual de "como se dar bem em trainees"!!! (geralmente escrito por um não-trainee que precisava de grana).


Aqueles examinadores que estão ouvindo isso já devem ter, só nesse ano, visto mais de uma centena de candidatos, destes quais vários falaram exatamente os MESMOS clichês citados acima. Para um sujeito que tenta usar um truque batido como este, resta alguma esperança? Tem horas, como esta, que compensa muito mais ser autêntico.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Por que não votarmos pra presidente da Sabesp também?


Primeiro, desculpem fugir do tema central do Blog, que é Negócios, Bizness e afins, mas como estudante da USP eu sinto minha mão formigar para escrever sobre algo que muitos estudantes vem falando ultimamente, e apresentar um outro ponto de reflexão.


A nova moda entre os estudantes da Universidade de São Paulo virou pedir eleições diretas para reitor, porque isso sim seria "Democrático".

Eles alegam que isso seria mais democrático na medida que, ao ser escolhido pelos estudantes e funcionários, o reitor escolhido poderia atender aos interesses destes.


Mas quem disse que a USP (e qualquer outra universidade pública) existe para atender aos interesses dos estudantes? Elas existem para atender aos interesses da sociedade, não de estudantes e funcionários! Ela, antes de tudo, é paga por toda sociedade, e não por estes!

Exigir eleições diretas para reitor na USP é tão sensato quanto os funcionários da Petrobrás passarem a exigir que eles elejam o presidente, e não que este seja indicado pelo Presidente do País e pelo Ministro das Minas e Energia (como é hoje).


Então o processo de eleição desse diretor é anti-democrático? De modo algum... Seria impossível toda a sociedade votar para determinar o diretor de cada autarquia federal e estadual. Logo, ela confia aos representantes democraticamente eleitos por ela, essa responsabilidade.

Por ter sido eleita pelo voto popular, a Dilma pode trocar o presidente e diretor (dentro do regulamento vigente de cada um) de qualquer orgão financiado pela União. Ela teve essa responsabilidade confiada pela sociedade brasileira à ela! Do mesmo modo, o governador do estado de SP teve essa responsabilidade delegada à ele pela sociedade paulista que o elegeu, oras.


A dúvida, o questionamento que eu mais gosto de fazer para o pessoal que defende eleições diretas para reitor (e muitos deles são calouros, que ainda não entederam o real motivo de algumas pessoas defenderem isso, e assim poderem colocar lá algum capacho de partido radical naipe PSTU e PSOL igual já fizeram nos orgãos com eleição direta na USP) é o seguinte:

1 - Vocês sabem de uma, isso mesmo, SOMENTE UMA universidade de ponta no MUNDO com eleições diretas para reitor? Fiquem à vontade para dizer nos comentários.


2 - Vocês acham mesmo que essa discussão foi iniciada por gente que quer alguma melhoria na universidade e não colocar na cadeira de reitor alguém que pode desviar MUITO dinheiro do orçamento de quase 4 bilhões pra alguns sindicatos e partidos políticos? Para quem acha que não tem partido político capitaneando tudo isso, dá só uma olhada na foto que eu postei no começo desse texto (em versão maior aqui: http://f.i.uol.com.br/fotografia/2011/11/08/98837-970x600-1.jpeg, e olha bem o canto direito, um papel colado na parede da reitoria invadida...


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

As Companhias Aéreas mais Seguras do Mundo

A Revista Aero International, no começo deste ano, analisou os acidentes ocorridos nos últimos 30 anos, criou um índice ponderando com o número de voos de cada uma e rankeou 60 das maiores empresas aéreas do mundo.


Entre as mais seguras, com um índice de 0 (Sem acidentes desde 1980) ficaram empresas como Qantas, Air New Zealand, Finnair, TAP e algumas outras.


A Maior parte das empresas no topo do ranking são de países desenvolvidos, como podem ver acima (A Qantas é Australiana, Air New Zealand é Neozelandesa, Finnair é da Finlândia, e assim por diante).


Na parte de baixo, prevaleceram empresas de países emergentes ou em desenvolvimento (E que provavelmente possuem regras e fiscalização de segurança mais brandas), como Thai International Airways (Tailândia), Garuda Indonesia (Indonesia), Turkish Airlines (Turquia) e....


TAN TAN TAN

Gol e Tam. E Olha que foram posições de alto destaque, pior que todas as que eu citei anteriormente:

Gol ficou em antepenúltimo (58a lugar) e TAM em último (60a posição).

Mas sabemos que não dá pra responsabilizar somente as empresas pelos vários acidentes que ocorreram com as duas nas ultimas décadas.

A Infraero, por exemplo, com sua péssima administração dos aeroportos, tem uma boa parte de culpa no cartório.

Para quem quiser ver a tabela completa e maior, está disponível em: http://img407.imageshack.us/img407/4747/empresasareasmaisperigo.jpg

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O Hot-dog de 69 dólares está lá para que você pague 20 dólares no Hamburguer

A Postagem abaixo, foi baseada em um artigo de outro blog, disponível em http://priceless-the-book.blogspot.com/2010/08/anchoring-is-back-meet-69-hot-dog.html




Em Nova Iorque há um restaurante chamado serendipity 3, em East Side, bastante famoso entre turistas que querem almoçar próximo de algumas celebridas que as vezes aparecem por lá. Recentemente, eles adicionaram em seu menu um novo item: um cachorro-quente que custa $69 dólares.

O Hotdog tenta justificar seu preço com algumas iguarias: ele tem entre seus recheios foie gras com trufas negras, tomates heirloom (se alguém souber o que são esses tomates, me explique por favor), mostarda de Dijon, entre outros.

Mas mais do que criar um novo prato para o menu (com uma combinação de ingredientes bem questionável entre os entendidos de culinária, diga-se de passagem, como foie gras e salsicha), o chef que fez este prato estava pensando em outras 2 importantes coisas:

1 - A Publicidade gratuíta que um sanduíche como este atraíria. De fato, a sua inclusão no menu fez com que o restaurante ganhasse várias páginas de jornais e revistas e até a inclusão no Guiness Book por possuir o cachorro-quente mais caro do mundo. Certamente alguém no mundo (de bom-senso duvidável) iria gostar de pedir algo em um restaurante que tivesse um título kitsch como este.

2 - Alavancagem da percepção do nível de "preço-justo", um fenômeno cognitivo descoberto pelos psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky (os quais recomendo a leitura da obra fortemente).

Embora nós tenhamos pré-definições de quanto valem certas coisas, nós somos influenciados por outros números que observamos.

Imagine um casal que chega a este restaurante. Ao chegarem ao local, eles tentam estimar o quanto é razoável gastar nele. Muito provavelmente não vão comprar o cachorro quente de 69 dólares por este ser muito mais caro do que julgam razoável e podem pagar, porém após ver algo tão caro, ficam felizes ao ver que existe também lá um Cheeseburguer que custa somente $17,95.

O Valor do hotdog faz o preço do cheeseburger parecer razoável comparativamente, embora qualquer pessoa com cérebro saiba que esse é um valor rídiculamente alto à se pagar em praticamente qualquer outro lugar do mundo.

Essa estratégia corrobora a idéia de que o contraste de preços afeta o processo de decisão. E isso é algo bastante utilizado por restauranteurs no mundo todo.

O Serendipity 3 também possui um sundae de chocolate que custa $1000, e que deve ser encomendado com 48 horas de antecedência. É outro claro caso de alavancagem, para convencer os desavisados turistas que $22,50 por uma fatia de bolo de queijo não é algo caro. O restaurante, ao adicionar isso ao menu, deseja apenas os 2 pontos citados acima. Eles não querem ganhar vendendo o sorvete, até porque sabem que algum bilionário no mundo planeje tomar um sundae com 2 dias de antecedência.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

E a TV te ensina como a perder dinheiro.

O SBT recentemente exibiu uma reportagem com uma figura que, conforme exibido pelos jornalistas daquela emissora, provavelmente irá fazer os maiores hedge-fund managers do mundo passarem inveja em pouco tempo.

A Personagem em questão é Dona Helena, uma dona de casa que depositou todas as economias (!!!) da família na Bolsa de Valores (30 Mil Reais) e após perder 46% do patrimônio (14 mil reais), fez um curso rápido e agora ganha em média 5 mil reais por mês na Bolsa! No gigantesco período deeeeeeee.... 2 meses.

Isso mesmo: A Reportagem procura transformar em mito uma senhora que até hoje não recuperou o patrimônio inicial investido e que ganhou percentuais elevados em 2 meses, o que não diz absolutamente nada, já que é um tempo muito pequeno para se avaliar algo.

Fico imaginando o quantidade de pessoas pouco informadas que ao verem um vídeo

Listo abaixo alguns erros e desinformações grotescas da reportagem:

1 - A Dona Helena diz que no começo tirava 2 mil reais por mês da bolsa. A Bolsa de valores não serve e nunca serviu para obtenção de renda mensal, ainda mais para quantidades pequenas. Como o retorno não é constante, muitos iniciantes caem no erro de, quando ganham, retiram o lucro, e quando perdem (e isso vai acontecer), vêem seu capital ser reduzido, perdem sua "fonte de renda" e ainda tem sua capacidade de recuperar o investimento destruida. A Bolsa, ao invés de fonte de renda mensal, deve ser tratada como investimento de longo prazo para construção de patrimônio.

2 - A Dona Helena fica o dia todo no escritório da corretora, fazendo operações. Mas pera aê, com 30 Mil reais? Com um montante destes, e fazendo um número excesso de operações, provavelmente ela paga um volume considerável em taxas de corretagem (alguém ai já pensou na possibilidade da corretora dela criar aquela sala justamente para a cliente se destruir pagando todos estes custos com o excesso de operações?). Enquanto se está ganhando alguma coisa, ela possivelmente ignora, erroneamente, estes custos. Porém quando perder - e ela já perdeu uma vez- ela irá ver o quanto que o número excessivo de operações foi danoso para o patrimônio dela (e lucrativo para a corretora, que ganha as corretagens mesmo com ela perdendo, o que também não é injusto).

3 - Se a Dona Helena, nestes 2 meses que a transformaram em "mito", ganhou 5 mil reais por mês com os 16 mil que haviam sobrado dos 30 mil reais dela, ela, mesmo que não tenha resgatado nada, ainda não recuperou o montante inicial, pois tem agora 26 mil reais. Como o SBT pode afirmar que ela está se dando muito bem assim?

4 - E a reportagem dá a entender que esse ganho de 5 mil reais por mês com apenas 16 mil reais é algo que qualquer um pode ganhar quando quiser. Oras, isso representa uma rentabilidade de 31,25% ao mês. Os maiores gestores de fundos de hedge do mundo (John Paulson, Simmons, George Soros, etc) tem uma rentabilidade média (não ao longo dos últimos 2 meses, mas sim ao longo das últimas décadas) de algo em torno de 3% ao mês. A Dona Helena seria mais de 10 vezes melhor que esses homens que ganham bilhões para gerir fortunas.

Só que eu chuto que a Dona Helena, para ganhar tanto em tão pouco tempo, provavelmente cometeu o erro que muitos que apresentam perdas na Bolsa de Valores fazem: Alavancam de maneira estúpida ou passam a usar derivativos (como opções) de maneira irresponsável. Se você tiver sorte, pode ganhar bastante. Mas no primeiro momento que a sorte acabar, você PERDE TUDO. GAME OVER. E uma hora a sorte acaba.

E Claro que estas operações são incentivadas por alguns destes assessores financeiros (não me refiro aos que são apresentados na reportagem, que na verdade são de uma corretora, porque não os conheco) que pipocam no mercado. Alguns sim dão boas informações, porém para outros vale ficar com o pé atrás.

Até porque ninguém vai chamar a TV para filmar os vários que quebram e perdem todas suas economias brincando com instrumentos de risco no mercado de capitais diariamente. E caso isso aconteça com Dona Helena (espero que não), provavelmente ninguém vai lembrar também.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A Diferença entre um Climatologista e um Profissional do Mercado de Capitais

Quando os climatologistas do IPCC (Painel de pesquisa da ONU sobre mudanças climáticas) falam sobre mudanças climáticas, eles sempre utilizam expressões como "improvável", "provável" ou "bastante provável".

Essas são as mesmas expressões que você sempre vê aquele analista de mercado ou o seu corretor de ações falarem, certo?

Porém o que poucos percebem é que existe uma diferença significante entre o que é considerado "provável" para um climatologista e para um analista de sell-side, broker ou alguém que precisa convencer outrém.

Abaixo fiz uma tabela que compara a escala de probabilidade das palavras para um cientista do IPCC (tirado de http://www.ipcc.ch/pdf/supporting-material/uncertainty-guidance-note.pdf) e para um ser do mercado financeiro (tirado das minhas observações de N! relatórios e entrevistas de "entendidos" do mercado):












Agora é só lembrar disto quando um dia você estiver descendo a serra para ir
pra praia com seu amigo broker e ele disser que é praticamente certo que os freios
do carro estão Ok.

Porque tanto o climatologista quanto o profissional de ações lidam com algo com
MUITA incerteza... Porém pelo que observei até hoje, estes últimos costumam
subestimar um pouco o quão incertas são as coisas.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sem Explicações tão rápidas.. E olha só o PMI da zona do Euro

Em uma coluna publicada em julho pelo quase-sempre brilhante Stephen Kanitz, um trecho me chamou bastante atenção:

"O ser humano quer ter uma explicação rápida aos fenômenos que não entendem.

Ninguém quer ficar na dúvida, todos nós precisamos avaliar rapidamente situações 'estranhas'."

Kanitz escreveu esse trecho ao falar sobre o simplismo das respostas que o jornalismo econômico busca fornecer para os complexos problemas financeiros existentes.

Frases como "Tudo isso está acontecendo por causa de X" ou então "A solução para isto é somente fazer Y" quase sempre são produtos de uma simplificação exagera e patética da intrincada situação dos mercados mundiais.


A última modinha é falar que "A Culpa é de Wall Street". Quer coisa mais vaga e obtusa do que isto? A Culpa é de quem? Dos banqueiros? Dos corretores? Dos moradores da rua Wall ou dos encanadores dos prédios que ficam lá?

O Homem não gosta de ficar em dúvida. Porém neste caso, ficar em dúvida e refutar justificativas simples ajuda a pensar melhor no assunto.


O gráfico acima mostra a evolução do PMI da zona do Euro (Indicador do ambiente de negócios feito pela consultoria global Markit e bastante acompanhado pelas instituições financeiras) e compara com o PIB da mesma região. Este índice costuma antecipar, de certa forma, a evolução do produto interno bruto dos países, como é possível constatar também pelo gráfico.

Na última semana foi divulgado o PMI da Eurozone no último trimestre, apresentando uma queda vertiginosa e tão acentuada quanto as ocorridas durante a crise de 2008.

O Que nos espera para as próximas divulgações de PIB? Acredito que se manter muito otimista em um cenário como este é pedir pra ser pego de calças curtas (ou até mesmo sem calças).

Só sei que aos poucos, as respostas e soluções simplistas vão caindo por terra conforme até mesmo os jornalistas passam a perceber que o problema é bem, bem mais complexo do que parece ser quando visto superficialmente.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Percepção de valor do dinheiro por uma criança (OU por um ministro grego).


Quando criança (lá pelos menos 7 anos), quando ainda morava em Bebedouro, meus pais as vezes traziam eu e minha irmã para passear aos domingos aqui em Ribeirão Preto. No Ribeirão Shopping havia um parque de brinquedos semi-eletrônicos (substituídos depois por esses eletrônicos modernos) chamado "Divertilândia".

Um dos preferidos de mim e da minha irmã era um que era uma mesa com alguns buracos, e algumas "baratas" saiam de dentro desse buraco, e você tinha que acertá-las com a mão (ou sei lá qual artefato a pessoa quisesse usar).

Quanto mais você acertava as baratas com a mão, mais bilhetes saiam na lateral do brinquedo, que depois poderiam ser trocados por brindes na loja da Divertilândia. O Mesmo valia para o brinquedo em que surgiam alvos e você tinha que acertá-los com uma pistola de água.


Para usar cada brinquedo, se pagava na época algo em torno de 2 reais. A Quantidade de bilhetes emitidos após jogar uma vez, com uma boa perfomance, era o suficiente para trocar por um lápis. Se você jogasse duas vezes, poderia até pegar uma caneta.

Imagino o que meus pais pensavam quando eu ia lá, com todo orgulho, trocar os bilhetes que havia ganhado após jogar 2 vezes (4 reais gastos) por uma caneta que valia 50 centavos...

Mas claro, como eram meus pais que pagavam pra eu jogar no brinquedo, eu não percebia que aquilo era um péssimo negócio (eles nem eram tão divertidos, e davam um cansaço enorme, a gente só jogava mesmo porque achava que "ganhava" algo).

Afinal, quando não é você que paga a conta, qualquer coisa que vier para você é lucro, certo? Você pode agir com a responsabilidade de uma criança se vai ter alguém pra te bancar!!!


Essa historinha acima, à mon avis, serve muito bem para todos aqueles que acham lindo quando Alemanha, França e afins concedem generosos pacotes de ajuda para a galerinha que tá no Serasa (Grécia, Portugal, etc).


Se eles estão na situação que estão, é porque não tiveram muita responsabilidade com o PRÓPRIO dinheiro. Como podem esperar que vão ser ainda mais responsáveis com o dinheiro dos outros?

Certo estão os contribuintes alemães que reclamam dos consecutivos pacotes de dinheiro público (deles) desperdiçados em compras de títulos do governo grego só para ajudar os helênicos.



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

E o Governo aumenta (novamente) o IPI... Mudem as justificativas pelo menos!




E o Governo aumenta de novo o IPI, dessa vez para carros importados e outros produtos (Até bicletas!).


Justificativa do Governo?

“O aumento das importações está reduzindo a competitividade da indústria nacional”. (Exame Online, 22/09/2011)

Quem tem lá seus 30 anos deve lembrar bastante dos governos da década de 80 mantendo pesadas barreiras à importação alegando a mesma coisa, que era a defesa da indústria nacional.

Mas oras, para a indústria se desenvolver, primeiro precisa de investimento (e desoneração de quem deseja investir) em ciência e tecnologia. Tecnologia não surge de maneira etérea com o aumento dos impostos.

Devido à utilização dessa mesma justificativa há 3 décadas atrás que os Brasileiros tinham de usar os "modernos" computadores Cobra, fabricados no Brasil na época, porque era quase impossível importar computadores decentes e pesadamente tarifados.

E por não termos computadores decentes, já que deveríamos apenas usar os nacionais, houve um grande atraso no desenvolvimento de toda nossa indústria tecnológica.


Será que é isso que o governo quer mesmo?

Ou então eles deveriam parar com essa justificativa fajuta (e errada) de "proteger" a indústria e falar o real motivo do aumento dos impostos (Aumenta a arrecadação*).


* - Embora esta justificativa também esteja errada em boa parte dos casos, já que no Brasil os impostos já são tão altos, que quando se aumenta ainda mais suas alíquotas, você reduz a arrecadação porque reduz o consumo. Conceito básico de Curva de Laffer, das aulinhas de economia.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mania de Exclusividade Exagerada

Desculpem pelo off-topic fugindo um pouco dos assuntos de mercado, mas cada vez mais eu fico espantado com a mania de exclusividade em alguns lugares, principalmente aqui em Ribeirão Preto.

Mais importante do que tudo parece ser passar a imagem de que você tá torrando rios de dinheiro com uma relação custo-benefício ridicula (o que para alguns parece glamouroso, mas pra mim parece somente irracional, para não dizer idiota).

Claro que não é má idéia ir de camarote quando ele oferece algo a mais, porém em alguns casos, a diferença não é quase nada pelo preço muito maior. O único "benefício" é a sensação de estar isolado (Han?)

O Desenho abaixo que eu fiz reflete bem minha impressão de uma dessas novas festas ribeirão-pretanas (mas acho que se aplica a muitas outras pelo Brasil):



terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Crise de 2008 em algum momento chegou a acabar?

Para responder a pergunta do título dessa postagem, primeiro precisamos definir quando uma crise pode ser considerada superada.

  • Na Concepção de alguns, uma crise financeira termina quando a situação econômica para de se deteriorar.

  • Na concepção de outros, a crise termina quando as perdas são superadas. Por exemplo, quando os empregos perdidos e a renda diminuída são recuperadas e tudo volta a situação inicial.


In my humble opinion, a segunda definição é a mais adequada.



O Infográfico acima mostra a evolução da criação/perda de empregos dos EUA.

Alguém vê as vagas perdidas nos assustadores anos de 2007 e 2008 recriadas depois?

Alguém ouviu falar de criações recordes de emprego nos EUA?

E como esse pessoal está se sustentando de lá pra cá?

Talvez as respostas para essas questões ajudem a explicar um pouco a baixa no consumo dos EUA e os problemas enfrentados recentemente.


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Bingo do Analista

Você sempre quis ser um analista mas não acha que tem capacidade para tal? Acredita que a prova do CNPI seria muito difícil para você?


Seus problemas acabaram! (MESMO!) APRENDA AGORA MESMO A ARTE DE DIZER MUITO PARA NÃO DIZER NADA!


Fale como um grande analista de sucesso com a ferramenta abaixo! Fora ser excelente para a montagem de discurso picareta, ainda serve como um verdadeiro jogo para disputar com seus amigos enquanto ouve o analista da sua corretora!


Alguns depoimentos de quem usou:

- “Em 10 minutos ouvindo o analista gráfico da minha corretora, 3 pessoas gritaram bingo!”

- “Depois que comecei a usar o bingo do analista para conversar com meus amigos, várias pessoas passaram a me pedir dicas de ações lá na faculdade!”

- “Consegui inúmeros investidores para o meu trade-system de forex usando o bingo do analista para conversar com desconhecidos!”


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Brasil Potência

Ok, meu último post não foi em nada relacionado ao que a maior parte dos leitores desse blog esperariam de assunto-tema. E este talvez também não seja.

No entanto, vendo tanta gente falar da grandiosidade do nosso país e do brilhante futuro que nos espera, me sinto na obrigação de comparar o quão potência nos já somos por meio de duas pequenas listas, em relação à outras "grandes" nações do mundo:


Número de Copas do Mundo:

Brasil - 5
Argentina - 2
Argélia - 0
Albânia - 0
Chile - 0
Colômbia - 0
Costa Rica - 0
Chipre - 0
Guatemala - 0
Peru - 0
Trinidad y Tobago - 0

Uau! Somos Bons!

Número de ganhadores do Prêmio Nobel (Premiações em Química, Medicina, Física, Literatura e Paz):

Argentina - 5
Argélia - 2
Chile - 2
Guatemala - 2
Albânia - 1
Colômbia - 1
Costa Rica - 1
Chipre - 1
Peru - 1
Trinidad y Tobago - 1
.
.
.
.
Brasil - 0


Pois é... Quando será que vamos providenciar o surgimento de Ronaldos da Química, Pelés da Medicina e Romários da Física?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Minhas (obtusas) impressões do velho continente

Depois desta parada (alívio para mim e para vocês) de mais de 2 meses sem postagem, volto aqui com algumas novas impressões sobre a Europa, bastante pertinentes em um momento onde parte do velho continente parece implodir economicamente.

(Mas já adianto que não fiquei muito tempo lá pensando na economia global, afinal, estava lá para fazer trabalho voluntário na Polônia nas primeiras 7 semanas e nos últimos 10 dias para um momento de fêtes et vacances em Londres e Ibiza)

1 - A Polônia se deu muito bem não entrando na zona do Euro (embora essa não-entrada não tenha sido por vontade dela, e sim pelas regras que a impediram de entrar). Hoje ela possui uma moeda razoavelmente estável e tem controle sobre sua própria política monetária, coisa que não podemos dizer sobre Espanha, Portugal, etc.

2 - A tal frieza européia que tanto dizem, como meu primo que mora em Londres também concordou, não passa de uma lenda feita por algum brasileiro que ficou remoído. Em sua maioria, os que eu conheci era simpáticos e educados, somente se preservavam mais do contato físico em cumprimentos e afins (coisa que brasileiro adora e algumas vezes soa até hipócrita).

3 - As empresas alemãs são as mais presentes no cotidiano dos poloneses. Desde a infinidade de carros Mercedes-Benz e Audi até o supermercado Lidl (que está em todo lugar)

4 - Os Turistas Ingleses e Alemães continuam gastões. Já o número de turistas Italianos e Espanhóis nas Ilhas Baleares parece ter diminuído bastante. Me lembra muito o que aconteceu em Balneário Camboriú quando os turistas argentinos que antes lotavam aquelas bandas sumiram durante a crise que afligiu os hermanos na década passada.

5 - A Estrutura que Londres está montando pras Olímpiadas de 2012 é algo sensacional, principalmente no que se refere ao já eficiente (porém caro) sistema de metrô deles. Guardadas as proporções, também me surpreendeu a estrutura da Polônia (aeroportos e estádios) para a Eurocopa de 2012. Enquanto isso nossa preparação pra Copa do Mundo 2014 e Olímpiadas de 2016....

6 - Se um dia tiverem a chance de, durante um tempo, sair de seu trabalho no mundo corporativo (supondo que quase todo mundo que lê esse blog esteja nesse meio) e ficar um tempo trabalhando voluntariamente com crianças, em qualquer lugar do mundo, faça-o. É íncrivel o tanto que se adiciona em conhecimento sobre as pessoas, relações sociais e sobre você mesmo.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Cuidados não tão óbvios




A Bolsa está nos seu menor nível nos últimos 11 meses... O Que pode levar a conclusão (de certa forma bastante lógica) que esse é o melhor momento para se investir nos últimos 11 meses

, já que quem começar agora, vai conseguir comprar ações muito mais baratas (Ok, Ok, eu sei que isso parece óbvio, e é).

Mas existem alguns cuidados que as pessoas devem tomar que não são tão óbvios assim (o que já leva a descartar aquelas coisas que todo mundo sabe como "diversifique" e bla bla bla).

Após esse tempo trabalhando com investimentos em commodities e bolsa de valores, pensei em alguns cuidados que fogem dessas obviedades, mas que são igualmente importantes.

Decidi listar alguns deles abaixo:

1 - Não comece com muito pouco

Não invista valores menores que 3500 reais. O custo fixo médio mensal para se investir (Taxa de custódia) fica em média em 10 reais (algumas cobram mais, outras menos). Se você investir somente, por exemplo, 2000 reais, 0,5% do seu capital vai ser perdido todo mês SÓ com esse custo.


2 - Leia o contrato que você vai assinar com a corretora.

Igual comprar plano de celular, esse é um negócio onde se você não souber onde perde, vai perder muito por causa das linhas pequenas.
Tem corretora no mercado que divulga que não cobra taxa por operação, mais aí no meio do contrato ela especifica que cobra uma taxa sobre o volume investido que é muito maior que a taxa sobre operação. CUIDADO!


3 - Cuidado com assessores de investimentos ou corretores que queiram apenas ganhar corretagem em cima de um excesso de operações sem lógica.

A maior parte dos assessores e corretores de investimentos em bolsa de valores são agentes autônomos das corretoras, o que significa que eles ganham conforme o volume negociado.
Ou seja, algumas vezes, mais do que interessado em seu ganho, um corretor sem noção pode estar interessado no ganho dele no curto prazo e aconselhar o cliente a fazer várias operações não-fundamentadas só parar gerar corretagem.

Outra coisa que pode acontecer é um corretor fazer operações para um cliente SEM a ciência do mesmo, só para gerar corretagem, o que é PROIBIDO. (Exceto se for algum erro operacional, coisa que às vezes acontece, o que cometeu o erro tem de ressarcir o cliente de alguma forma).

Claro que um assessor de investimentos com o MÍNIMO de ideia de longo prazo e sustentabilidade vai se preocupar com o ganho do cliente, porque isso no longo prazo representa maiores ganhos pra ele.

Porém, como o mercado está cheio de gente desqualificada por ai, vale o alerta. 


4 - Tenha alguma noção de significância estatística. Isso ajuda a não cair em papo de picareta que diz que consegue ganhar 5% ao mês porque conseguiu isso 2 vezes na vida.

Em um total de 1000 investidores, é natural existirem 1 ou 2 que alcançaram rendimentos extraordinariamente altos.

O que não quer dizer necessariamente que eles sejam bons ou que tenham um método bom.

Se você colocar 1000 crianças para escolherem ações da bolsa pelo nome mais "engraçadinho", certamente alguma vai escolher uma ação muito boa. Nem por isso a estratégia do nome engraçadinho é algo que você deva usar.


As que eu lembro até agora são essas. Se eu lembrar de outras, volto a postar aqui.

Se vocês quiserem sugerir outras, fiquem a vontade!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sobre Eleições na Europa, Brasil e minha ausência de postagens

Já começo esse post me explicando pela total ausência de postagens minha desde abril: Estou terminando minha monografia (Tema bastante novo na área de finanças, que são modelos de fator de retorno esperado em ações) e ainda preparando as coisas pra uma viagem de 2 meses para a Polônia, logo não sobra muito tempo.


Mas nesta segunda, vindo para Ribeirão Preto, estava escutando a versão em aúdio da The Economist, e decidi fazer uma breve pergunta a todos vocês, principalmente motivado pela derrota da esquerda em portugal (que era governada por um partido socialista), culpada pelo povo da atual crise de proporções catastróficas.


Ai vai a pergunta:

Hoje existem os 2 países que estão em situação mais preocupante (crise da dívida) na Europa são Portugal e Grécia.

O primeiro, Portugal, foi governado por anos por um governo de esquerda, que endividou o país e desestimulou a competitividade empresarial com altos impostos e custos trabalhistas.

O segundo, a Grécia, começou a escalada de seu endividamento, que hoje é insustentável, após a gastança para realizar as olímpiadas de Atenas em 2004.

No Brasil, somos governados por um governo de esquerda (ou que pelo menos adora altos impostos financiado a gastança e desestimulando a atividade empresarial) e em 2016 teremos as Olímpiadas (e mais a Copa em 2014).


A Qual conclusão vocês chegam?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

As mortes das revoluções


Deparando-me com a notícia de que a Renault foi condenada pela morte de um funcionário por suicídio, lembrei também da polêmica que envolveu a Foxconn há um ano (que inclusive rendeu um post em nosso blog) e de mais uma série de mortes por stress no trabalho. O tribunal de apelação de Versalhes definiu a pressão que a Renault criou sobre os funcionários como sendo IMPERDOÁVEL.

No final do século XVIII e XIX o mundo capitalista mudou rapidamente as relações de trabalho. Eram a primeira e a segunda revolução industrial. Acontece que a terceira é muito mais complexa do que as duas primeiras... mas tem uma coisa que eu realmente não consigo entender.

Dizem que a tal terceira RI caracterizada pela rev. tecnocientífica, através da alto tecnologia e robótica utiliza cada vez menos mão-de-obra...

Até aí tudo bem...

Mas analisemos os índices de desemprego nos últimos anos... À medida que avançou a Terceira Rev. Industrial, caracterizada pela informatização, a taxa de desemprego diminuiu! No Brasil mesmo 2010 foi a menor taxa nos últimos 10 anos...

O que isso tem a ver com as mortes por stress que eu falei no começo?

A VOCE/SA desse mês tem uma matéria interessantíssima sobre a epidemia workaholic. NUNCA se precisou de tanta gente, NUNCA se trabalhou tanto! Jornadas de 12 horas (eu mesma confesso que passei por isso algumas vezes nos últimos meses), finais de semana...

Até que ponto essa Terceira Revolução exige das máquinas e até que ponto exige do capital humano?

Não... não é o descarte de mão-de-obra mencionado por alguns estudiosos do assunto. Aliás, o que eu vejo é o contrário: a real necessidade do capital humano para a manipulação dessas novas tecnologias que são apenas um monte de bits e chips sem a força não só operadora como também pensante do homem.

Terceira Revolução Industrial já foi, anyway. E a Quarta vem aí, com a nanotecnologia e a genética. Eu particularmente acho que poderíamos chegar a terceira pra um canto, a quarta pro outro e colocar uma outra  no meio das duas: a Rev. Humana. Valorização, reconhecimento. Ponderação. É uma forma lúcida de se pular da revolução da informatização para a revolução da ciência da vida sem as consequências loucas do stress. Aliás, o stress é uma doença moderna, né?

Mas isso já é assunto pra outra hora...

terça-feira, 12 de abril de 2011

A Mentira da Eficiência da Petrobrás

Um dos posts que mais fizeram a história de nosso blog foi o feito há algumas semanas, comentando sobre a intervenção do governo na Vale do Rio Doce que implicou na queda do CEO da Empresa, Roger Agnelli.

Alguns simpatizantes do governo tentaram defender a medida intervencionista e injustificável de Dilma e do PT questionando a competência do antigo líder da Vale.

Agora, o que o Governo entende de competência empresarial? Esse mesmo governo que QUER falar em competência é o governo que gere a Petrobrás. É o Governo que fez um processo de capitalização que se tornou desastroso para os acionistas desta Petrobrás (que são inúmeros brasileiros que nela aplicaram seus saldos de FGTS).

Abaixo segue o desempenho da ação da Petrobrás e da Vale. Quem será que realmente é Incompetente: O Governo, que manda na Petrobrás, ou Agnelli, que mandava na Vale neste período?




E O Governo diz que a Vale, ao demitir empregados em plena crise de 2008, não cumpriu sua função social.

MAS A PETROBRÁS, com esses preços RIDÍCULOS de Combustível, cumpre sua função social?

A Petrobrás, onde numa gigantesca pirotecnia o ex-presidente Lula foi melar a mão de Petróleo para comemorar a "Auto-Suficiência", cobra de seus combustíveis preços MAIORES que países que importam petróleo do outro lado do mundo. Isso tudo extraindo o petróleo dos poços de SANTOS!

E ainda se orgulha em dar um lucro igual de outras empresas do mundo, mesmo cobrando preços MUITO maiores em um mercado onde ela quase monopoliza!

Alguns dizem que o Preço do Combustível da Petrobrás não é tão alto assim, e que em muitos países, como Alemanha, Mônaco (!!!), França ou Noruega, os preços cobrados são maiores. PICARETAGEM! A Renda lá é muito maior!

De Fato, em uma comparação de 33 Países, o Brasil tem o nono maior preço de Combustível. Mas ao se comparar isso com a renda do cidadão de cada país, o Preço do Combustível Brasileiro é um dos 5 MAIORES!

Segue abaixo a tabela comparativa feita por mim, onde o Índice Gasolina/Renda mostra o tanto que cada pessoa gastaria de sua renda anual para comprar 83 litros de gasolina por mês:




terça-feira, 5 de abril de 2011

Como Las Vegas faz as pessoas estúpidas.

Há 3 meses, em uma viagem com mais 2 amigos, estávamos em um cassino e eu comentava como era incrível a quantidade de pessoas que estava achando que de FATO tinham boas chances de ganhar dinheiro.

Simplesmente não entrava na minha cabeça como tanta gente torrava tanto dinheiro em um jogo de soma negativa (Sobre Soma negativa, Ler Nash). Gastar pela diversão até vai. Gastar pensando em ganhar é ingênuo, pra não dizer outra coisa. TINHA GENTE ESCOLHENDO CUIDADOSAMENTE NÚMEROS PARA JOGAR NA ROLETA! Como se aquilo não fosse TOTALMENTE aleatório e tivesse algum envolvimento de habilidade.

O Artigo abaixo (traduação livre de trechos do original), que eu vi em um blog que acompanho (http://www.farnamstreetblog.com/how-vegas-turns-our-brain-into-mush) diz bastante sobre as técnicas que os Cassinos usam para iludir as pessoas de que elas tem boas chances de ganhar.

"Como Vegas transforma nossos cérebros em mingau"


O lugar mais sofisticado no mundo para perdermos o nosso dinheiro é Wall Street. Vegas, no entanto, não fica muito atrás.
Vegas nos convenceu não somente que jogar dinheiro fora é "legal", mas que pegar um avião para ir até esse lugar é mais legal ainda.
Aqui estão algumas das táticas psicológicas que Vegas faz para tornar o ato de perder dinheiro divertido .
Primeiro, nossos cérebros são bombardeados com estímulos. Porque existem tantos jogos, caça-níques e pessoas, há sempre alguém a ganhar. E Vegas se esforça para garantir que nós vejamos essas pessoas ganhando.
Sirenes e flashes garantem que nós prestemos atenção sempre que alguem ganhar alguma coisa. Perder, por outro lado, é um assunto privado. Não há sala de sons ensurdecedores para o vazio de perder. Isso faz com que os vencedores se tornem mais evidentes para nosso cérebro e distorce as probabilidades de que nós também podemos vencer.
Em segundo lugar, Vegas distorce as probabilidades reais de ganhar. Vegas nunca dorme e eles não querem que você durma. Eles sabem quando seu cérebro deseja dormir, você tende a ser menos racional. Privados de sono, indivíduos tendem a fazer escolhas que enfatizam o ganho monetário. Longas noites e manhãs tardias, algumas bebidas, além de um fuso horário maqueiam as chances de ganhar tempo. (Além disso, as pessoas tendem a assumir riscos crescentes, numa tentativa de reconquistar as perdas que já tiveram.)
Terceiro, o efeito poderoso do "quase-ganhar". Há uma razão quando se puxa a alavanca do caça-níqueis para a resposta ser muitas vezes cereja-laranja-cereja e não laranja-maçã-cereja. Parte do problema é que as pessoas que jogam jogos de puro azar (por exemplo, uma máquina caça-níqueis ou na loteria) acreditam erroneamente que algum elemento de habilidades está envolvido. O "Quase-ganhei" diz ao cérebro que estamos no caminho certo e devemos apenas tentar um pouco mais.
Além disso, o "Quase-ganhar" engana o cérebro, fazendo ele achar que ganhamos quando simplesmente perdemos (a partir da perspectiva de nossos neurônios dopaminérgicos, quase-vitórias são praticamente indistinguíveis das vitórias reais.) De acordo com Jonah Lehrer, esse feedback engana nosso mecanismo de recompensa , razão pela qual Vegas investe em jogos que tem um monte de "Quase-vitórias". A ilusão de controle, combinada com um "Quase-ganhei", transforma o cérebro em mingau. (E este efeito é ainda mais poderoso se ​​você joga sempre")
[...]. Uma vez que nós achamos que a habilidade desempenha um papel (e a "quase-vitória" reforça isso), acreditamos que temos melhores chances do que os outros. "


domingo, 27 de março de 2011

Sobre o #Ficaagnelli


Nenhum americano acharia razoável que o Obama tentasse trocar o presidente da IBM.

Nenhum alemão conseguiria imaginar a Angela Merkel tentando mudar a presidência da Bayer.

Ou os franceses jamais cogitariam a hipótese do Sarkozy intervir diretamente no Carrefour.

Sabe por quê? Porque essas empresas são privadas!

Como tentei ilustrar na comparação acima (adaptada da feita por um conhecido meu), na tentativa de Dilma trocar a presidência da Vale, não está somente a tentativa totalmente ilógica de tirar um brilhante executivo que é um dos maiores responsáveis pelo crescimento de uma das maiores mineradoras do mundo. Ou então a idiotice de tentar retirar alguém sendo que NO MUNDO existem poucos executivos (um dos únicos Brasileiros que lembro agora que talvez estão no nivel do Roger Agnelli é o Carlos Ghosn, que está muito bem empregado na presidência mundial Renault).

Nesse absurdo todo reside algo muito pior: NO DESRESPEITO DO GOVERNO pela propriedade!!!

Milhões de Brasileiros tem ações da Vale do Rio Doce. Será que eles, que também são donos da empresa, terão que tolerar que Dilma tente destruir o valor de seu patrimônio (ações da empresa) igual fez com a Petrobrás, que teve o valor de suas ações dizimadas pelos desmandos do governo?

Em uma rara situação, senti orgulho dos Brasileiros (pelo menos daqueles que tem twitter) que conseguiram fazer a tag #ficaagnelli ficar entre as mais comentadas do site na última sexta-feira.

Quem sabe a dona presidente olhe isso e veja que existe SIM muita gente que sabe que nessa empresa, o governo não deve mexer. Porque não tem LÓGICA tentar trocar um grande executivo por mais um dos aliados do Governo, usando de CABIDE DE EMPREGO um cargo responsável pelo patrimônio de CENTENAS DE MILHARES DE BRASILEIROS.


Todo meu apoio à iniciativa #ficaagnelli

sexta-feira, 18 de março de 2011

Alcool: Como chegamos ao ponto que chegamos.


Hoje não compensa mais abastecer com Álcool nos postos de gasolina. Não consigo me lembrar de nenhum momento nos últimos anos onde o preço do Etanol, relativo à Gasolina, esteve tão caro.

Alguns acusam os postos de gasolina, pela existência de cartéis em alguns lugares (E sim, devem existir cartéis à rodo!). Mas dessa vez esse problema fica num cenário secundário.

O Buraco é mais embaixo, nesse caso.

Tão Mais Embaixo que chegamos ao cúmulo de, devido à falta de produção interna, termos de IMPORTAR álcool dos EUA, feito de milho (muito mais ineficiente energeticamente), sendo que há alguns meses atrás éramos o MAIOR EXPORTADOR de álcool do mundo.

A Demanda Brasileira cresceu de maneira totalmente fora do previsto. Em uma aula do Prof. Fava Neves (www.favaneves.com.br), a explicação dada me pareceu bastante lógica.

Há 4 anos atrás, ainda antes da crise financeira global de 2008, nós tinhamos um parque industrial sucroalcooleiro em grande expansão. E algumas grandes players globais, como LDC ou Cargill, pretendiam abrir mais usinas no Brasil e aumentar nossa capacidade de produção. Veio a Crise, e os grandes grupos familiares (Moema, Santaelisavale, etc) capotaram. E ao invés de abrir novas usinas, as multinacionais preferiram comprar as já existentes.

E nosso parque industrial não aumentou.

O Que resulta hoje em um déficit de produção estimado em 5 Bilhões de litros de álcool Hidratado! (Fonte: Unica).

Para piorar, ainda temos agora o petróleo acima de 100 dólares (E há 6 meses atrás ninguem sonharia que ele estaria acima de 80 dólares), o que empurra para cima o preço da gasolina, e por consequência de seu substituto, que é o etanol.

Existe ainda a jusitificativa das Usinas preferirem produzir açúcar ao invés de alcool em razão dos preços do açúcar. Embora tal justificativa também seja verdadeira, é somente a ponta do Iceberg de tantas outras, como expostas acima.

Portanto encham os tanques, porque os preços podem subir ainda mais.

Abaixo segue o preço do Contrato Futuro de Etanol na BMF que negociamos aqui (Quem quiser saber mais a respeito desse contrato futuro, é só me pedir via comentário). E A variação dele no Dia (Só Hoje sobe mais 5%, e isso depois de subir mais de 6% ontem)



(Para a infelicidade de um entusiasta, como eu, de um combustível muito mais sustentável como o álcool)