quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Estocasticidade - NÃO FAÇA PREVISÕES

PS: Eu havia ficado de falar sobre Câmbio no meu próximo post, mas não podia deixar de postar sobre isso.

Eu, às vezes, me confronto com termos como "Plano pro dêcenio" em apresentações corporativas.

E desacredito que realmente existem empresas que pagam centenas de milhares de reais para executivos tentarem prever o IMPREVÍSIVEL: NÃO TEMOS condição de fazer previsões com alguma precisão em horizontes tão longos!

Estocasticidade, baby!

Prever o mês que vêm, em determinada conjuntura, vá lá! Até dá. Mas quanto mais variáveis você insere (ou mais aumenta a amplitude delas), MAIS COMPLICADO fica fazer qualquer previsão.

Uma analogia bem simples ajuda a explicar isso. Aliás, 2.

Primeiro: Você vai andar 5 metros para chegar em determinado local (ex: uma mesa). Se você errar o ângulo da direção que você vai em algo como 5 GRAUS, você vai cometer um erro de apenas alguns centímetros. Mas ainda estará aonde queria chegar.

Agora, se um avião indo em direção a Tailândia erra em 5 graus a direção inicial (e não corrige a rota), ele poderia parar em algum lugar na China ou Malásia!

Segundo: Você pode até prever, com pouco esforço, o que vai acontecer com a bola que você acertar em um jogo de bilhar. Com algum esforço, você consegue prever 2 ou até 3 lances posteriores. A partir disso, se torna praticamente IMPOSSÍVEL fazer previsões devido à INFINIDADE de possibilidades.

Você até pode tentar prever o amanhã, que depende de hoje. Mas não o ano 2020, que depende do ano de 2019, que por sua vez depende do ano de 2018, e assim por diante.

Portanto, deveriamos ter mais ciência da nossa incapacidade de vislumbrar o futuro distante e nos preocupar um pouco mais com o futuro imediato.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Jogo das Moedas - Continuação

E o Guido Mantega finalmente se pronunciou a respeito da cada vez menos velada "Guerra das Moedas" mundial.

Disse que essa não vamos perder.

Tomara, porque enquanto isso, os suíços forçam o franco para baixo e o BoJ (Banco Central do Japão) faz de tudo pro Iene não se valorizar.

Agora é esperar o próximo capítulo.

domingo, 26 de setembro de 2010

O Jogo das Moedas


Nessa ultima semana Barack Obama se encontrou com Wen Jiabao, chefe de estado da China. Embora os motivos tenham sido vários, todos sabem que uma das principais (senão principal) pauta da reunião era a reiteração do pedido americano para que os chineses valorizassem sua moeda.

Há anos que a China opera com seu câmbio desvalorizado, o que faz com que seus produtos custem muito barato para se importar, e em partes isso é um dos motores do crescimento chinês. Só que isso vem causando alguns danos ao parque industrial e à balança comercial de vários países, como os EUA.

Só que a China não é só a única, há algum tempo, à pensar no câmbio como ferramenta para aumentar a competitividade do país.

Embora os Americanos julguem esse artíficio como "Jogo Sujo", alguns governos do mundo estão tentando desvalorizar suas moedas afim de fazer com que se torne mais fácil exportar seus produtos.

Ou Seja, se você ficava feliz quando via o Real subir e o Dólar cair, você está na contramão do resto do mundo.

Talvez isso até explique, de certo modo, as fortes variações no Iene Japonês nas últimas semanas.

Aqui no Brasil, o governo tenta a todo custo segurar o câmbio, já que, se não é possível fazer o real ficar mais barato devido à entrada de dólares em investimento estrangeiro no país, pelo menos existe algum esforço do Banco Central para evitar que nossa moeda se torne ainda mais cara.

O Que seria muito bom para quem gosta de comprar vinhos estrangeiros ou pretende viajar para o exterior. Porém muito perigoso para o parque industrial do país, embora em outras ocasiões já foi mostrado que um ganho de eficiência poderia resolver esse problemas. Mas até onde a eficiência pode aumentar para compensar um Real caro?

No próximo post meu falo de algo relacionado à isso e a como o petróleo (que agora temos de sobra) pode nos deixar ainda mais pobres: Doença Holandesa. Até!

sábado, 18 de setembro de 2010

Americanos: Um Povo Triste e Endividado

Vendo alguns casos do momento pré-crise do subprime, eu começo a pensar na real lógica por trás da expansão americana nas últimas décadas.

E chego a conclusão (que muitos outros chegaram) que se trata de um pessoal (desculpem a generalização) que não teve muita idéia de educação financeira.

Vejo um povo endividado e viciado em um sistema de consumo financiado por crédito barato e farto.

E ainda tem gente que ADMIRA ISSO! (Não que a cultura americana não tenha outros fatores dignos de admiração, como o caráter empreendedor).

E gente hipotecando* suas casas para trocar de carro, arriscando assim o próprio teto onde os filhos viveriam, sem ter nenhuma noção do que estão fazendo.

E isso tudo estimulado, justamente para manter o ritmo de crescimento.

* Hipotecar é basicamente pegar um empréstimo dando um bem como garantia. A Crise do Subprime explodiu depois que o preço de alguns imóveis cairam e os americanos, endividados até a tampa, não tinham outros bens para fornecer de garantia suplementar à própria casa, que já não valia muita coisa.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Petro e a capitalização.

O governo pode ser um grande aliado ou um grande inimigo (pra não usar palavras de baixo calão aqui). Se formos falar do que aconteceu à PETRO nesses últimos dias, vamos nos referir à maior capitalização da história do país! Gente... não é pouca coisa não, vai refletir de maneira direta não só no mercado de capitais, mas, consequentemente, na economia brasileira. E, apesar de ter que lidar com isso, também ODEIO muito esses termos tão específicos que tornam a coisa mais fina do que realmente é. Fiz um esquema para tentarmos entender isso tudo de maneira simples e clara.

Posso falar? Ok, as terras são do país. Mas que #putafaltadesacanagem! Aguardemos as cenas do próximo capítulo...

domingo, 12 de setembro de 2010

Porquê vamos bater numa curva a 200 KM por Hora.

Todo mundo já deve ter visto as N! manchetes exaltando o atual momento brasileiro, e como nos tornamos extremamente atraentes para o investimento estrangeiro. Desde uma capa do The Economist falando sobre a decolagem do Brasil até vários artigos no Wall Street Journal exaltando o país, o mundo todo surfa na onda brasileira.

A questão é: ninguém ainda se perguntou se é SEMPRE BOM investimento direto crescente rapidamente? Ou então se não seria necessário uma contrapartida em investimento brasileiro no exterior?
Acredito que todos tem consciência que ninguém investe em algum lugar pra perder dinheiro, certo? A intenção primordial de um investidor (e eu ouço isso diariamente no meu trabalho de assessor de investimentos) é só uma: GANHAR DINHEIRO.

Se alguém investe em ações da Vale do Rio Doce, quer que a Vale gere bons lucros para pagar dividendos e encher o próprio bolso.

Logo, não é necessário um grande exercício de lógica para imaginar que a itenção de um investidor no Brasil seja que possa retirar do país mais dinheiro do que colocou. Caso contrário, jamais teria lucro.

O gráfico acima mostra dois dados do balanço de pagamentos brasileiro. A Linha verde á o volume de investimento estrangeiro, de 1995 até 2010. A Linha vermelha são o tanto que saiu do País em Remessas de lucros para o exterior.

Remessas de Lucros? Isso mesmo! Toda empresa que investe no Brasil tem a intenção, posterior de remeter estes lucros, ou parte deles, pra sua matriz e por sua vez para seus acionistas.

Nos últimos anos o balanço de pagamentos brasileiro está fora do negativo, em boa parte, por causa de todo o capital que entra aqui na forma de investimento. Mas e quando esses investimentos em petróleo, minérios, consumo e congêneres começarem a dar lucro e forem remetidos para o exterior?

Boa parte da gastança do atual governo é financiado por esses investimentos, mas e quando o dinheiro passar a sair ao invés de entrar? (E Lembrando: Todo mundo investe em algo com a intenção futura de colocar lucro no bolso). De onde o governo vai tirar dinheiro? Mais impostos?

Ninguém ainda apresentou solução para isso. E enquanto isso os investimentos estrangeiros sobrem VERTIGINOSAMENTE. O Governo Chinês, preocupado com o rombo no balanço de pagamentos que as remessas de lucros podem causa, já tomou algumas medidas como a criação de fundos e meios para investir no exterior e compensar as remessas de lucros.

Mas e o Brasil? Só pensa em pisar no acelerador. Até a hora em que corre o risco de bater em um muro a 200 KM por hora.