terça-feira, 5 de abril de 2011

Como Las Vegas faz as pessoas estúpidas.

Há 3 meses, em uma viagem com mais 2 amigos, estávamos em um cassino e eu comentava como era incrível a quantidade de pessoas que estava achando que de FATO tinham boas chances de ganhar dinheiro.

Simplesmente não entrava na minha cabeça como tanta gente torrava tanto dinheiro em um jogo de soma negativa (Sobre Soma negativa, Ler Nash). Gastar pela diversão até vai. Gastar pensando em ganhar é ingênuo, pra não dizer outra coisa. TINHA GENTE ESCOLHENDO CUIDADOSAMENTE NÚMEROS PARA JOGAR NA ROLETA! Como se aquilo não fosse TOTALMENTE aleatório e tivesse algum envolvimento de habilidade.

O Artigo abaixo (traduação livre de trechos do original), que eu vi em um blog que acompanho (http://www.farnamstreetblog.com/how-vegas-turns-our-brain-into-mush) diz bastante sobre as técnicas que os Cassinos usam para iludir as pessoas de que elas tem boas chances de ganhar.

"Como Vegas transforma nossos cérebros em mingau"


O lugar mais sofisticado no mundo para perdermos o nosso dinheiro é Wall Street. Vegas, no entanto, não fica muito atrás.
Vegas nos convenceu não somente que jogar dinheiro fora é "legal", mas que pegar um avião para ir até esse lugar é mais legal ainda.
Aqui estão algumas das táticas psicológicas que Vegas faz para tornar o ato de perder dinheiro divertido .
Primeiro, nossos cérebros são bombardeados com estímulos. Porque existem tantos jogos, caça-níques e pessoas, há sempre alguém a ganhar. E Vegas se esforça para garantir que nós vejamos essas pessoas ganhando.
Sirenes e flashes garantem que nós prestemos atenção sempre que alguem ganhar alguma coisa. Perder, por outro lado, é um assunto privado. Não há sala de sons ensurdecedores para o vazio de perder. Isso faz com que os vencedores se tornem mais evidentes para nosso cérebro e distorce as probabilidades de que nós também podemos vencer.
Em segundo lugar, Vegas distorce as probabilidades reais de ganhar. Vegas nunca dorme e eles não querem que você durma. Eles sabem quando seu cérebro deseja dormir, você tende a ser menos racional. Privados de sono, indivíduos tendem a fazer escolhas que enfatizam o ganho monetário. Longas noites e manhãs tardias, algumas bebidas, além de um fuso horário maqueiam as chances de ganhar tempo. (Além disso, as pessoas tendem a assumir riscos crescentes, numa tentativa de reconquistar as perdas que já tiveram.)
Terceiro, o efeito poderoso do "quase-ganhar". Há uma razão quando se puxa a alavanca do caça-níqueis para a resposta ser muitas vezes cereja-laranja-cereja e não laranja-maçã-cereja. Parte do problema é que as pessoas que jogam jogos de puro azar (por exemplo, uma máquina caça-níqueis ou na loteria) acreditam erroneamente que algum elemento de habilidades está envolvido. O "Quase-ganhei" diz ao cérebro que estamos no caminho certo e devemos apenas tentar um pouco mais.
Além disso, o "Quase-ganhar" engana o cérebro, fazendo ele achar que ganhamos quando simplesmente perdemos (a partir da perspectiva de nossos neurônios dopaminérgicos, quase-vitórias são praticamente indistinguíveis das vitórias reais.) De acordo com Jonah Lehrer, esse feedback engana nosso mecanismo de recompensa , razão pela qual Vegas investe em jogos que tem um monte de "Quase-vitórias". A ilusão de controle, combinada com um "Quase-ganhei", transforma o cérebro em mingau. (E este efeito é ainda mais poderoso se ​​você joga sempre")
[...]. Uma vez que nós achamos que a habilidade desempenha um papel (e a "quase-vitória" reforça isso), acreditamos que temos melhores chances do que os outros. "


Um comentário:

EvertonRic disse...

Olá J.Levi.
O artigo todo esta ótimo, para mim serviu como aprendizado. Não visito cassinos e muito menos bingos, porém participo de rifas e sorteios diversos.
Gostei mesmo foi do terceiro item: O "Quase ganhei" esta realmente relacionado emocionalmente com o cérebro, no entanto se o apostador souber dizer não na hora certa, terá mais sorte que juizo. Temos que dizer não várias vezes no dia, este seria apenas mais um não.
Abraços.