sábado, 6 de outubro de 2012

Alguns fatos curiosos do Allianz Global Wealth Report - Parte 2

    (Antes de tudo, desculpem a falta de acentos nesse post, estou digitando em um teclado um pouco complicado para isto)

    Retomando o assunto do Allianz Global Wealth Report, na ultima postagem eu abordei as diferenças entre o volume de patrimonio financeiro acumulado pelos cidadaos de diferentes paises, onde vimos algumas curiosidades, como o fato do Brasileiro ate ter um patrimonio consideravel, mas quando descontadas as dividas, esse valor se torna relativamente baixo (o que vai contra o mito de que o brasileiro ainda e pouco endividado).

   Hoje gostaria de mostrar alguns outros dados desse mesmo report da Allianz, principalmente em uma outra esfera que ele aborda: EM QUE aplicam o patrimonio financeiro acumulado os cidadoes dos 70 paises que fazem parte do levantamento?

   O Levantamento leva em conta 4 tipos de aplicacoes possiveis para o patrimonio financeiro:
   Bank depositis: Depositos em conta corrente, poupanca ou afins em instituicoes bancarias
   Securities: Ativos mobiliarios, tanto titulos de divida publica e privada, como acoes e etc.
   Insurance: Seguros e planos de previdencia.
   Other: Outras coisas que nao se encaixam em nenhum dos 3 acima.

   Quando observamos como os investimentos se distribuem na America Latina dentro dessas 4 categorias, e incrivel como tudo esta diretamente associado as particularidades politicas de cada pais. Na Argentina, pais onde nos ultimos anos os governos Kirchner moeram o mercado de capitais apos seguidas intervencoes e punicoes contras as grandes empresas privadas, apenas 11% da populacao investe em securities (que inclui acoes e titulos de divida privada, ambos prejudicados pelas intervencoes do governo). Esse e o menor percentual de TODA a America Latina. 

    Ja no Mexico, onde existe um mercado de capitais bastante desenvolvido quando comparado ao resto da regiao, 70% do patrimonio financeiro das pessoas e aplicada nestas mesmas securities. O Chile e outro pais da regiao que tem uma particularidade quando observamos essa distribuicao. Quase 60% do que as pessoas economizam esta em seguros e previdencia. Isso se explica pelo fato de que naquele pais nao existe previdencia publica (o que se provou uma medida bastante correta de governos anteriores, diga-se de passagem), logo exisite uma ampla oferta de planos de previdencia privada para a populacao investir.

    Nos Estados Unidos, a distribuicao nao apresenta grandes surpresas: 16% do dinheiro esta em depositos bancarios, 53% em securities e 29% em seguros e previdencia. 

   Na Grecia, a grave crise que afeta a seguranca de todo o sistema financeiro fez com que os depositos bancarios caissem mais de 25% nos ultimos 3 anos. O mesmo, no entanto, nao se observou nos outros paises problematicos da zona do Euro (Espanha, Italia, Portugal e Irlanda).

  Na Asia, de maneira geral, os depositos em bancos permanecem como a principal aplicacao. No entanto e possivel observar algumas excecoes. Em Israel, a grande maioria dos recursos vai para as securities (Talvez por isso o indice da bolsa de valores de Tel Aviv, o TA-25, seja um indicativo tao bom da saude financeira do pais). Na Malasia, seguros e previdencia privada sao um destino importante do dinheiro economizado pela populacao.

   O relatorio, fora apresentar como os investimentos se distribuem por pais, tambem faz o mesmo por tamanho de patrimonio (separando as pessoas do mundo todo em 3 grupos: as de baixo patrimonio (LWC), medio (MWC) e grande patrimonio (HWC). Enquanto as de baixo patrimonio mantem 63% de suas economias em depositos bancarios, 19% em securities e 14% em seguros e previdencia, as HWC tem apenas 28% em depositos, mas possuem 37% de seus investimentos em securities e 32% em insurance. Ou seja: Quanto mais rico, maior a tendencia a manter menos dinheiro no banco e diversificar mais seus investimentos.


  Mas... E no Brasil? No Brasil apenas 20% das economias se encontram em depositos bancarios, 43% em securities e 27% em seguros e previdencia. Vale salientar que uma parte consideravel desses 43% sao em titulos de divida e renda fixa, ja que nossas Bolsas de Valores ainda nao possuem um valor tao consideravel aplicado.


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