domingo, 25 de novembro de 2012

O que dois rankings diferentes mostram sobre a nova dinâmica global.


       A seção da ONU responsável pelas políticas do orgão com programas de urbanismo e habitação (UN – Habitat) produz um relatório chamado State of the World`s Cities, que pode ser encontrado neste link e tem várias informações interessantes para quem gosta do assunto: http://www.unhabitat.org/pmss/listItemDetails.aspx?publicationID=3387

        Deste relatório é possível extrair 2 rankings sobre o crescimento das cidades no mundo: o das cidades que mais crescem e o das cidades que mais diminuem. E é com base nestes dois que neste post farei um breve paralelo deles com a nova dinâmica econômica mundial.

As tabela da esquerda mostra a lista das cidades que mais cresceram entre o ano de 1990 e 2010. A da direita, as que mais diminuiram neste mesmo período. Interessante, mais do que ver os números em absoluto, é observar os países destas cidades.

            Na lista das 15 que mais cresceram, o placar é:
            11 ficam na China
            4 em diferentes países do continente africano (Ruanda, Nigéria, etc).
          Vale mencionar também que, embora não tenha aparecido entre as 15 cidades, Angola tem 2 cidades (Huambo e Luanda) que estão no ranking expandido, das 30 que mais cresceram.

  
            Já na outra lista, das 15 que mais decresceram, o resultado é:
            5 estão na Ucrânia
            5 na Rússia
            2 na Coréia do Sul
            1 na Geórgia
            1 na Libéria (Continente Africano)
            1 na Hungria.
            Se formos considerar as 30 que mais diminuiram, a Itália também da as caras com 3 cidades (17ª – Turim, 25ª – Milão e 27ª – Roma).


            O que podemos entender destes rankings?

            Na minha opinião, o ranking das que mais cresceram, possui uma grande obviedade, que é o grande número de cidades chinesas. Embora a população daquele país já não cresça em um rítmo elevado, o país passa por um enorme êxodo rural, com massas de população abandonando o campo e migrando para as cidades. Até ai nenhuma surpresa.

Nenhuma surpresa também na presença das cidades africanas completando o ranking. Lá, o alto índice de natalidade faz com que as cidades tenham um grande crescimento orgânico (fora o êxodo rural que também ocorre lá).

Agora, sobre o ranking das que mais diminuiram, dá para falar um pouco mais. Das 15 presentes no ranking, 11 ficam na região da antiga União Soviética (Ucrânia, Rússia e Geórgia) e mais uma que ficava na zona de influência da mesma (Hungria). Os países daquela região de 1990 para cá passaram por grandes ondas de emigração de sua população após a abertura de suas fronteiras com a queda do comunismo. Muita gente abandonou essas cidades e o continua fazendo (mesmo com os altos índices de crescimento econômico da Rússia e leste europeu recentemente).

Já a presença das cidades Coreanas e Italianas provavelmente é devido à baixas taxas de natalidade, embora talvez em um futuro onde a economia italiana não se re-estabeleça, podem ocorrer fluxos migratórios para fora desta também. Mas isso são somente conjecturas.

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