sábado, 28 de janeiro de 2012

Para onde vai o dinheiro dos seus impostos?




Existem 3 grandes categorias de impostos:

- Federais (Imposto de Renda, IOF, IPI, Cide, etc)

- Estaduais (IPVA, ICMS, etc)

- Municipais (IPTU, ISS, etc.)

Os estaduais vão para o governo do seu estado, e os municipais vão para a prefeitura de sua cidade. Até ai, tudo muito óbvio.

Mas e os impostos federais (que formam um volume de dinheiro faraônico, já que o Imposto de Renda é o principal imposto do país), para onde vão?

Basicamente eles vão para a União, que nada mais é do que o governo federal (lá em Brasilía), que redistribui da maneira que entende entre os estados.

Então você, no estado X, quando paga seu imposto de renda, na verdade passa um dinheiro pro governo federal que pode ir pra QUALQUER lugar do país. E para onde costuma ir?

O Quadro abaixo mostra o quanto o governo federal retira de cada estado na forma de impostos e o quanto ele devolve para cada um, tendo na ultima coluna o saldo (se negativo, esse estado recebe mais dinheiro do que paga ao governo. Se positivo, esse estado paga mais do que recebe ao governo federal.)



A Partir do quadro acima, é possível cada um tirar suas próprias conclusões sobre quais estados mais perden dinheiro na forma de impostos recolhidos pela presidência.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Os 10 Posts mais lidos da História do Blog



Depois de 2 anos escrevendo aqui, decidi resgatar os 10 posts que mais receberam acessos individuais na história do Blog. Embora o blog exista desde 2010, a maioria deles são posts recentes (7 são de 2011 e 1 de 2012), o que mostra o crescimento do número de visitas.

Segue ranking!

10a Lugar: Percepção de valor do dinheiro por uma criança (OU por um ministro grego) , com 152 acessos.

9a Lugar: Twitters de Grandes Investidores e Gestores de Fundos , com 153 acessos.

8a Lugar: Curso mais Adequado para quem quer trabalhar no Mercado Financeiro , com 207 acessos.

7a Lugar: E a TV te ensina como a perder dinheiro. , com 228 acessos.

6a Lugar: Por que não votarmos pra presidente da Sabesp também? , com 294 acessos.

5a Lugar: Por que ser tão clichê? , 301 acessos.

4a Lugar: Bingo do Analista , 431 acessos.

E agora, o top 3:

3a Lugar: Saiba um pouco mais sobre a nova presidente da Petrobrás , com 457 acessos

2a Lugar: Alcool: Como chegamos ao ponto que chegamos , tendo 1322 acessos.

1a Lugar: A Cara do Brasil , com 1462 acessos.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Saiba um pouco mais sobre a nova presidente da Petrobrás

Como já noticiado por algumas fontes, em breve a maior estatal do Brasil e uma das duas maiores empresas do país irá trocar de Presidente, saindo do cargo o professor José Sérgio Gabrielli.

De acordo com o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira, quem irá assumir o cargo será Maria das Graças Foster.







Conheça um pouco mais sobre ela abaixo:

MARIA DAS GRAÇAS FOSTER = funcionária de carreira da Petrobrás e bastante próxima de DIlma, trabalharam juntas quando Dilma era secretária de Energia do Rio Grande do Sul. As duas cuidaram do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) – negócio que envolveu BP e Shell. Casada com Colin Vaughan Foster.

E quem seria Colin Vaughan Foster?


COLIN VAUGHAN FOSTER
= marido da MARIA DAS GRAÇAS FOSTER, dono da C Foster Serviços e Equipamentos, empresário que já recebeu 614 milhões de Reais em 43 contratos com a Petrobrás.


"...Empresário que já recebeu 614 Milhões de Reais em 43 contratos com a Petrobrás".

E agora com a empresa na mão da esposa, vai receber mais quanto?

Interessante, não? Conflitos de interesse, o que é isso mesmo?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

PARTE 2 - Quais indicadores fundamentalistas e de mercado mais importam


Encerrando a postagem anterior (com um pequeno atraso) sobre as pesquisas de Haugen, Baker, Rostagno e Kloeckner sobre quais indicadores fundamentalistas mais importam, usarei essa postagem final para mostrar os resultados que obtive em minha pesquisa (para a conclusão do meu curso na USP).

Trabalhei com a seguinte amostra:

* 60 ações de 60 empresas diferentes que tiveram maior liquidez (volume de negociação) média nos últimos 10 anos.

* 18 diferentes setores da economia.

* Período de 120 meses analisados (o que resultou em um total de 120 regressões), de 2001 a 2010.

* 19 indicadores fundamentalistas e de mercado analisados.

* Nestas 120 regressões foram analisados 141360 pontos de dados.


Como é possível ver pelos dados acima, procurei trabalhar com um espaço amostral bastante grande quando comparado aos outros estudos (de fato, é o estudo com maior amostra já feita no Brasil utilizando essa abordagem, o que me valeu várias noites em claro).

Meu objetivo com uma amostra e um período tão grande foi obter um elevado grau de confiança estatística das conclusões que eu viesse a obter.

E quais foram estas conclusões, obtidas por meio das ferraentas estatísticas (regressões cross-section e testes t de student)?

1 - Os 19 fatores que foram abordados no estudo são responsaveis por 68,5% da variação de uma ação (Valor do R-Squared). Esse é o maior valor já obtido por um estudo com essa abordagem no Brasil, sendo superior a do trabalho de Rostagno.

2 - São 7 os fatores que tem um impacto significativo no retorno das ações. Abaixo eles estão por ordem de importância (significância estatística):

a) Volatilidade da Ação: Tem um payoff de 0,246 positivo. Volatilidades altas, portanto, favorecem maiores retornos. (Ok, isso pode parecer óbvio, mas pelo menos esse resultado específico serviu para corroborar o óbvio).

b) Dividend Yield: O Famoso indicador ficou no posto de segundo mais importante entre os 19 analisados, e tem um payoff positivo de 0.080. Ou Seja, ser bom pagador de dividendos no brasil favorece maiores retornos.

c) Margem de Lucro Líquido: Payoff positivo de 0.114. Uma margem de lucro líquido elevada da empresa ajuda os retornos da ação desta à serem maiores no trimestre seguinte. (Ok, isto também pode parecer óbvio... Mas continue vendo os outros resultados que estes não o serão tanto)

d) Preço da Ação: Payoff positivo de 0.070. Este resultado mostra que ações com valores de lote altos (exemplo: AMBV4) tendem a possuir retornos favoráveis em relação às penny stocks (aquelas ações que custam centavos). Talvez isso seja facilmente explicado pelo fato que, no Brasil, ações de centavos geralmente são de empresas moribundas.

e) Volume de Negociação divido pela Capitalização de Mercado: Esse indicador, não muito popular no Brasil, apresentou uma forte influência sobre o retorno das ações, com um payoff negativo de -0.072. Ou Seja, ações de empresas pequenas e com alto volume de negócios (tipo aqueles micos especulativos) tenderão a performar PIOR do que ações de empresas grandes e com baixo volume de negócios.

f) Retorno Excessivo sobre o Ibovespa nos últimos 6 meses: Payoff positivo de 0.125. Ações que tiveram nos 6 meses anteriores um retorno superior ao ibovespa, no mês seguinte apresentaram retornos superiores à média. Isso vai ao encontro do que Haugen definiu como "inércia" dos 6 meses.

g) Retorno Excessivo sobre o Ibovespa nos últimos 3 meses: Payoff negativo de -0.173. Ações que tiveram nos 3 meses anteriores um retorno superior ao ibovespa, no mês seguinte apresentaram retornos inferiores à média. Esse resultado é o mesmo encontrado por outros autores e definido como "reversão" em relação ao trimestre anterior.


E após a demonstração destes 7 indicadores, que se mostraram relevantes na influência no retorno das ações, a pergunta que surge é: e os outros 12 que você estudou?

Simples: os outros (PL, PVPA, Endividamento, Retorno do Ativo, Retorno sobre o Patrimônio, etc) não apresentaram significância estatística de seu impacto sobre os retornos. Falando de maneira simples: Não foi encontrada influência dos outros 12 indicadores no retorno das ações no mercado brasileiro.

Com os resultados obtidos neste trabalho, podemos "delinear" o que seria a ação perfeita: - Uma ação volátil, com um valor de lote caro (não dá para comprar com pouco dinheiro), de uma empresa grande e/ou não muito negociada em bolsa, com uma margem de lucro líquido elevada, que distribua elevados dividendos, e que nos últimos 3 meses tenha valorizado menos que o Ibovespa, embora nos últimos 6 meses tenha tido uma valorização elevada.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O Que realmente importa em indicadores fundamentalistas?

Primeiramente, Feliz Ano Novo para todos!

Começo o ano com uma das postagens que estava esperando a tempos para publicar mas decidi aguardar em razão de deixar ela para inaugurar esse ano no Blog.

Ano passado entreguei meu trabalho na USP, depois de mais de 120 horas de pesquisa. E o tema foi, de forma simplificada, quais fatores realmente exercem influência sobre os retornos das ações no Ibovespa, tomando como espaço amostral os últimos 5 anos.

No exterior, o pioneiro nesse tipo de modelagem foi Robert Haugen, professor da Universidade do Illinois, que em um artigo no Journal of Financial Economics trouxe ao mundo um tipo de modelo chamado "Modelo de Fator de Retorno Esperado". Esse modelo basicamente consiste na montagem de portfólio levando em consideração tanto o grau em que dezenas de fatores (fundamentalistas, de mercado, etc) afetam uma ação como a exposição que essa ação possui à cada um dos fatores.

No Brasil, os primeiros a aplicarem o modelo de Haugen ao Ibovespa foram Luciano Rostagno e Gilberto Kloeckner, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Eles estudaram como 17 fatores afetaram70 ações durante os anos de 1995 a 1999. Alguns dos fatores estudados por eles foram:

  • Beta de Mercado
  • Capitalização de Mercado
  • Lucro / Preço
  • Dividendos / Preço
  • Retorno sobre o Patrimônio
  • Excesso de Retorno sobre o Ibovespa no Mês anterior


O que Rostagno e Kloeckner descobriram, por meio de ferramentas estatísticas e econométrias foi que carteiras de ações criadas levando em conta determinados fatores tinham um desempenho muito superior à carteiras criadas usando modelos mais comuns (E bastante ultrapassados) no mercado, como o APT.


No trabalho de Rostagno os 5 fatores que ele descobriu que mais afetam as ações no mercado brasileiro são, por ordem de importância:

  1. Capitalização de Mercado (Relação positiva, ou seja,maior capitalização tende a apresentar maiores retornos)
  2. Dividendos / Preço (Relação Negativa, empresas pagando altos dividendos possuem menor retorno, isso já levando em consideração ajustes-ex)
  3. Tendência do Volume de Negociação (Relação negativa. Empresas cujo volume de negócios vem aumentando tendem a apresentar retornos reduzidos.)
  4. Relação Fluxo de Caixa / Preço (Relação Negativa)
  5. Tendência dos Dividendos / Preço (Relação Positiva. Analisando conjuntamente com o fator 2, dá para afirmar que empresas que pagam poucos dividendos mas aumentam a quantidade paga gradativamente apresentam maiores retornos)


Agora falando da minha pesquisa:

Eu basicamente tentei fazer o que Rostagno e Kloeckner fizeram no que tangia a analisar quais fatores importam e o que eles afetam na hora de montar uma carteira de ações.

Porém procurei atingir uma significância estatística (precisão dos resultados) maior ainda, trabalhando com um espaço amostral de 10 anos (2001 a 2010) ao invés de 5 e com um tamanho de amostra razoável e diversificado (60 ações de 18 diferentes setores).

Alguns dos resultados que consegui foram semelhantes ao de Rostagno e Kloeckner. Outros, foram diferentes, e talvés até surpreendentes.


Estes, exporei na minha próxima postagem! E novamente, Feliz 2012!