sábado, 27 de março de 2010

O mercado de luxo no Brasil

A previsão de crescimento do mercado de luxo no Brasil nesse ano é de até 50%. Caso isso se confirme, será o melhor ano para esse setor "na história desse país" (...).
Inúmeros fatores contribuem para esse crescimento. Além da confiança do consumidor, podemos destacar a chegada de marcas como Aston Martin, Bentley e Hermès, até então inexistentes por aqui. Redes hoteleiras de luxo também têm procurado o Brasil. Como exemplo, podemos citar a Four Seasons, que busca parceiros e espera inaugurar o seu primeiro hotel em 2014, no Rio de Janeiro, e o grupo LVHM, controlador de marcas de luxo como Louis Vuitton, que também erguerá em território tupi-guarani um hotel com o mesmo padrão do Le Cheval Blanc, na França, cuja suíte mais cara custa 33 mil euros por dia!
Ano passado, a Ipsos (multinacional  francesa de pesquisa) e a LMC (Luxury Marketing Council) lançaram um estudo sobre o mercado de luxo (mais relacionado ao perfil do consumidor) e, dentre os resultados, os mais interessantes foram:

  • para o brasileiro, luxo significa qualidade, hedonismo e estilo;
  • para a grande maioria, luxo é uma recompensa pessoal;
  • para mais de 70%, luxo é puro prazer (!);

Em 2008, esse setor representou 3% do PIB e, no ano passado, mesmo sob o efeito da crise financeira mundial, o universo do luxo faturou em torno de US$ 6,45 bilhões no Brasil, 8% a mais do que em 2008. Isso se deve ao fato de que dinheiro, pra esse nicho de consumidores, não é problema: 43% ganham mais de R$ 10.376 por mês; 33% têm investimentos que passam de R$ 250 mil; 75% viajam para fora do Brasil.



Como diz a estilista da Chanel, Karl Largerfel, “temos que parar de exagerar com a crise. Quem tinha três bilhões, perdeu um, mas ficou com dois. Não é nenhuma miséria”. Ãham, Claudia!
Em outras palavras,...
é que o de cima sobe e o de baixo, desce (deixo claro que há controvérsias na pirâmide social brasileira vigente).



As marcas de luxo internacionais preferidas dos brasileiros
Posição Empresa (%)
1 Reprodução Internet Louis Vuitton 23%
2 Reprodução Internet Giorgio Armani 10%
3 Reprodução Internet Chanel 8%
4 Reprodução Internet Christian Dior 6%
5 Reprodução Internet Gucci 5%
6 Reprodução Internet Tiffany & Co 4%
7 Reprodução Internet Ferrari 4%
Fonte: GfK e MCF Consultoria (pesquisa de 2008/2009)


Você sabia?

O valor dos importados de luxo, sejam carros, relógios, joias ou sapatos, sofre tributação superior a 100%.

Um site brasileiro está fazendo o maior sucesso com o aluguel de bolsas de grife. As empresárias Bel Braga e Bianca Silveira estudaram a cara do luxo no Brasil para adaptar o modelo de negócio internacional e hoje têm, em média, 50 clientes por dia. As amigas estudaram o modelo de negócios de sites internacionais e se basearam principalmente no americano Bag Borrow or Steal, um dos mais famosos do setor. Clique aqui para dar uma olhadinha nas Marc Jacobs, Miu Mius e Chloés...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Nós vendemos, quem decide comprar?

Segmentação é o processo de agrupamento de clientes visando à seleção de um público alvo. O público alvo da vez é nada mais, nada menos, que aquele formado por crianças de até 12 anos de idade! Exatamente aquele grupo de indivíduos (não tão indivíduos ainda) com pouco discernimento, pouca opinião, pouco limite e muita influência sobre os adultos ao seu redor.

Um estudo sobre o mercado infantil comprova que mais de 40% das compras paternas são influenciadas pelos filhos e que 65% ouvem a opinião de suas crianças em relação a compras para toda família como carros, por exemplo. A expansão do mercado de produtos infantis é gradativa e o anúncio é feito diretamente às crianças que provavelmente não possuem ainda capacidade de escolher entre o chiclete que muda de cor, o fichário do Ben 10 que brilha no escuro e o computador de algum personagem que já sumiu, mas que rendeu algumas licenças.

O debate gira em torno do fato/oportunidade de que as crianças são um alvo muito fácil de convencer, uma vez que o universo de fantasias da infância absorve com mesma intensidade um comercial e um desenho animado. Os pequenos consumidores recebem cerca de 80 mensagens de propagandas (diretas e indiretas) diferentes todos os dias e, como não desenvolveram senso crítico, são extremamente vulneráveis a estímulos de comerciais tanto de brinquedos e guloseimas quanto de bebidas e tele-sexo.


As peças publicitárias e as manobras de marketing voltadas para o público infantil devem então ser banidas? Não há argumentos, regras ou censura que consigam enfrentar o avanço e sutileza dos anúncios nos dias atuais, por isso tais propagandas não se resignarão ao racional universo adulto enquanto tiverem atenção e criatividade para lucrarem através da vasta imaginação de seus próprios filhos; os comerciais devem ser filtrados de forma a terem um apelo menos direto? A menos que apareça uma versão isomorfa do bordão “compre batom”, a classificação do que é direto ou indireto é tão subjetiva quanto questionável, em outras palavras: haja pessoal disponível no CONAR para colocar em prática tal devaneio e engordar os arquivos de casos relacionados à criança; e o que resta aos adultos desesperados com seus pequenos sanguessugas histéricos? Apelar ao bom senso do mercado, das empresas ou dos executivos que querem mais é aumentar seu retorno para sustentar suas próprias crianças mimadas? Ou será que esse é apenas mais um ciclo, como todos os outros, de consumo compulsivo e estimulado?

Sinceramente, a crítica feroz direcionada aos profissionais de Marketing e Propaganda, que têm seus interesses de chamar atenção, conquistar e vender muito bem definidos, deveria antes ser feita aos adultos,  por deixarem que crianças tomassem o controle de orçamentos familiares. A principal falta nessa história toda não é, infelizmente, do ambiente cruel, frio e consumista no qual vivemos, mas sim daqueles que, por falta de paciência ou de inteligência emocional, cedem aos caprichos infantis (que são, como até eu sei, tão infinitos quanto efêmeros).

Por fim, devo concordar que algumas mensagens e apelos publicitários são desnecessariamente excessivos e de ética duvidosa e que as empresas deveriam maneirar e ponderar melhor os meios para se chegar ao público infantil, mas sinceramente eu nunca soube, em minha humilde existência, de uma pesquisa científica que discorresse sobre o trágico caso de um pequeno inocente que morreu por não ter ganhado um pônei ou um foguete no Natal e muito menos de um que tenha sofrido amargamente a solidão gerada pela falta de uma boneca de meio metro e 573 funções...

terça-feira, 23 de março de 2010

Sobre a dependência e algo mais...

O poder e o impacto das redes sociais são grandes. Isso acarreta vantagens e desvantagens àqueles que se expõem por meio delas. Uma simples pesquisa através do google sobre as desvantagens da exposição nas redes sociais nos retorna cerca de 174.000 resultados e algumas centenas de bons motivos para nos restringirmos ao nosso casulo universitário que se limita a Brickleys, Kotlers e Chiavenatos.

Um blog, que a princípio é uma ferramente democrática, ocupa o mais alto escalão no patamar da exposição virtual, pois grita o que nos é mais íntimo do que fotos, frases copiadas de Clarice Lispector e comunidades: um blog expõe idéias. Tais idéias podem ser válidas ou não, que independente disso, a responsabilidade será apenas daquele que as estampou, já que ler é opcional e julgar, universal.

Quando optamos pelo nome depende & co., além de precisarmos de um nome, fizemos o uso de alguma figura de linguagem semântica, para não dizer ironia, a fim de tornar as coisas um pouco menos formais do que deveriam ser.

"Depende" é a resposta que mais escutamos no curso de administração. Suposições com base em dados matemáticos e históricos é o que os economistas mais fazem. Quando dizemos depende & co., não estamos dizendo que as coisas vão acontecer devido a N fatores aleatórios que nos fogem ao entendimento. Estamos dizendo apenas que analisaremos as condições e as possibilidades, porque elas estão lá!

Um colega, estudante de geografia na Univerdade de São Paulo, disse uma vez que o famoso e respeitado geógrafo Aziz Ab'Saber afirmou em sala de aula que o aquecimento global era potencializado pelos meios de comunicação.

Por um instante, lembrei-me de um professor americano especializado na ciência cognitiva da comunicação, René Weber, quando diz que "Falar com cientistas convencionais provou ser um beco sem saída; não se dedicam à síntese, portanto não compreendem a pergunta."

segunda-feira, 22 de março de 2010

da Bovespa...

Ação da OSX (empresa nova de Eike Batista) caindo 11% no primeiro dia? E pensar que teve gente que apertou o botão de compra de olho fechado só por ser o Eike...

domingo, 21 de março de 2010

A Culpa é do Termômetro?


Essa semana e nas anteriores, surgiram pronunciamentos no mundo todo, iniciados por alguns ministros gregos, culpando o CDS (tema de uma das minhas últimas postagens) sobre a Crise que se abate sobre a situação fiscal Helênica.

Ora, como pode um simples instrumento de proteção contra a quebra de um país ser culpado pela inabilidade em lidar com os gastos públicos do próprio país? E o mais espantoso foram chefes de estado e ministros da fazenda do mundo todo darem ouvidos à algo tão sem nexo causal.

Um Credit Default Swap vai ter sua cotação alterada em razão da capacidade do país de honrar suas dívidas. Vão existir especuladores em cima disso? Sim, e daí? A pontuação de um CDS continuará refletindo a irresponsabilidade do ministro das finanças e sua equipe. A única coisa que os especuladores fazem é ganhar com tudo isso.

Ou seja, o CDS nada mais é do que somente um termômetro do quão inaptoestá sendo o sr. George Papandreou para lidar com esse problemão todo de crise soberana.

Lembrando que no período anterior a eleição do nosso presidente Squid, nossos títulos, em razão do risco da vitória do mesmo, chegaram a ter um prêmio de risco 5 VEZES maior do que o atual nível do CDS grego.

E Nem por isso Armínio Fraga apareceu na Bloomberg reclamando.

Computador para o dia-a-dia

O e-commerce ou simplesmente comércio eletrônico é a forma virtual de se fazer comércio, podendo comprar ou vender produtos e/ou serviços dos mais diferentes tipos possíveis nas lojas virtuais. Pode-se pesquisar, escolher características como cor, modelo, tamanho, além da possibilidade de escolha da forma de pagamento. Depois do período determinado o consumidor recebe o produto ou o serviço em sua casa.

A vantagem para as lojas virtuais é que elas não necessitam de espaço físico, diminuindo-lhes os custos. Fora isso, estão diariamente abertas 24 horas, oferecendo serviços com grande personalização de acordo com o perfil do consumidor.

Cada vez mais os consumidores estão se sentindo mais seguros em suas compras na internet. As empresas também estão investindo fortemente em segurança, além de aumentar qualidade e oferta para os produtos e serviços vendidos. As compras no e-commerce têm sido cada vez mais revolucionárias, mudando, aos poucos, os hábitos das pessoas, passando a fazer parte da vida de diversas pessoas ao redor do mundo.

E, no caso do Brasil, as vendas em tal tipo de comércio mostraram-se super satisfatórias. De acordo com a previsão da e-bit, no ano de 2010 a movimentação no comércio eletrônico poderá chegar aos R$ 13 bilhões. Como no ano de 2009, o e-commerce no Brasil deve crescer aproximadamente 30%. O estudo da e-bit diz que só no primeiro semestre do ano, possa haver uma movimentação de R$ 6,1 bilhões.

A mesma pesquisa salienta que os consumidores estão cada vez mais confiantes no mercado on-line, notadamente por causa dos feed-back dos consumidores que já compraram no mercado virtual. De acordo com a e-bit, no primeiro semestre do ano de 2008 havia cerca de 11,3 milhões de e-consumidores no Brasil. Para o mesmo período de 2010, a previsão é de que haja cerca de 19,8 milhões.

quarta-feira, 17 de março de 2010

A era dos slogans felizes

Mundo do Marketing- Há um tempo, os marketeiros se ligaram que a melhor (e talvez a única) maneira de conseguir conquistar a lealdade dos consumidores é através do emocional. Depois de uma onda de livros sobre o assunto, veio uma verdadeira avalanche de propagandas, logos e slogans que usavam e abusavam de apelos sentimentais. Tempos atrás, a moda era colocar um "coração" no logo. O que teve de empresa redesenhando sua identidade visual nesse sentido, foi brincadeira...


Mas parece que a onda mudou... a moda agora é.. ser feliz! E dá-lhe felicidade em tudo que é marca... você pode ser feliz no supermercado, comendo esfiha, comprando móveis, assistindo TV, falando ao telefone etc. Qual será o próximo sentimento da moda?


Em tempo: já adianto ao críticos de plantão: NÃO, EU NÃO ACHO ERRADO usar emoções em propagandas E EU NÃO ACHO QUE ESSAS MARCAS FALHARAM. Mas SIM, EU ACHO ARRISCADO querer falar de uma coisa só porque todo mundo está falando. Isso porque 1) você não será proprietário de nada e não terá um diferencial e 2) a moda passa...
Portanto, se você está pensando em fazer um slogan sobre felicidade só porque está empolgado com o que está vendo no mercado, recomendo que gaste um pouco mais de neurônios e tente pensar em algo diferente!
O texto postado foi retirado do site http://www.mundodomarketing.com.br/115,blogs,erros-de-marketing

e o interessante é perceber como a inovação está até mesmo no Marketing. As empresas que não prezam por observar o comportamento do consumidor, que se irrita com essas repetições. Ser feliz, sim, algo positivo, que todos querem, mas não é só isso, há muitos outros pontos emocionais para se abordar, que faz as pessoas se identificarem com o produto e é isso que deveria ser mais observado nas estratégias de Marketing, o que o SEU público quer e não o que o mercado está fazendo.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Ipea lança nova revista de economia

Agência FAPESP – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançará em São Paulo, nesta quinta-feira (11/3), a revista Tempo do Mundo, publicação quadrimestral da área de economia política.
Entre os temas abordados na primeira edição estão o aumento e a convergência da renda mundial, a resposta da China à crise global, economias em transição e as perspectivas para o Brasil de 2022, ano do bicentenário da Independência.
O exemplar de estreia traz textos assinados pelos economistas Heiner Flassbeck, Massimiliano La Marca, François-Xavier Merrien, Robert Guttmann, Ignacy Sachs, Cai Fang, Du Yang e Wang Meiyan, Emir Sader e Vladimir Popov.
A revista pretende apresentar conteúdos que auxiliem a elaboração de políticas públicas através de comparações com casos internacionais. Sua proposta é abordar o desenvolvimento enfatizando as questões econômicas, sociais e relativas à sustentabilidade.
A fim de manter uma circulação internacional a Tempo do Mundo terá uma versão em inglês. O nome da publicação é uma homenagem ao historiador francês Fernand Braudel, um dos fundadores da Universidade de São Paulo (USP), que cunhou o termo “tempo do mundo”.
O lançamento em São Paulo será às 14h30 no auditório da Caixa Econômica Federal da Praça da Sé 111, 5º andar, no centro da cidade.
O conteúdo da primeira edição está disponível na internet em arquivo formato PDF: http://agencia.ipea.gov.br/images/stories/PDFs/100314_%20tempodomundo1.pdf

Fonte: Agência FAPESP

terça-feira, 9 de março de 2010

Guerra Comercial?

Que o Brasil resolveu aumentar as tarifas de importação dos produtos americanos, já sabemos. As consequências dessa atitude após a autorização da OMC é que ainda são obscuras.

O Financial Times anunciou nessa semana que tal medida poderá causar até mesmo uma guerra comercial entre os dois países.

"Com cerca de 50 itens, a lista inclui desde artigos de uso pessoal, como escovas de dente, xampus e batons, até produtos de linha branca, como freezers e fogões. As tarifas variam de 12% a 100% e devem entrar em vigor no prazo de 30 dias."

Não tiro a razão do governo brasileiro. Os subsídios norte-americanos oferecidos aos produtores (de algodão, por exemplo) inviabilizam a concorrência. A Organização Mundial do Comércio também concorda, já que autorizou uma sobretaxa de US$829mi, ao passo que a sobretaxa estabelecida pelo governo foi de "apenas" US$591mi.
Acredito que os EUA vão tentar reverter isso e possuem esse direito, mas daí a conseguir, é outra história, por mais que o Brasil esteja aberto a negociações.

Pelo menos as economias brasileira e norte-americana são menos dependentes do comércio do que os investidores podem temer. No Brasil, a exportação de bens e serviços representam só 14% do PIB (pouco, se comparado ao Chile, que é 30%).




Vale ressaltar que essas sobretaxas trazem uma ótima oportunidade para o Canadá aumentar a quantidade de trigo exportada, uma vez que é o sexto produtor mundial.